Já repararam nas lindas imagens que estão sendo apresentas nas chamadas da nova novela das 18h da Globo, Cordel Encantado? São inspiradas em xilogravuras da literatura de cordel.
A literatura de cordel veio para o Brasil com a colonização portuguesa, mas tem origem na Europa. Por volta do século XII peregrinos encontravam-se no sul da França, em direção à Palestina; no norte da Itália, para chegar a Roma; e ainda na Galícia, no santuário de Santiago.
Nesses encontros eram transmitidas as histórias e compostos os primeiros versos, de forma muito primitiva e assim surgiu essa forma de literatura.
São poemas populares, feitos, originalmente de forma oral e, mais adiante escritos em folhetos que, receberam esse nome, devido `a forma com que eram expostos: pendurados em cordões.
A partir da segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com suas características próprias.
O cordel brasileiro é invariavelmente escrito em versos e são presentes de maneira mais forte na região nordeste do país onde a tradição de pendurar os folhetos não foi seguida e eles passaram a ser, então, expostos no chão, em bancas, etc. Outra característica do cordel brasileiro é que este é chamado pelos nomes “folheto” ou “romance”.
Tem grande ligação com o repente, mas são manifestações artísticas distintas. O cordel é sempre escrito e depois declamado, já o repente é improvisado, criado na hora em que é cantado pelo repentista. (A música da chamada da novela é um repente nordestino)
Apesar de ser predominante no nordeste do país, a literatura de cordel existe em todo o país e grandes nomes da literatura foram influenciados por essa forma de escrita como, Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.